O policial militar Venilson Cândido da Silva, de 50 anos, foi formalmente acusado de homicídio qualificado por motivo fútil pelo assassinato do motociclista por aplicativo Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que também optou por manter a prisão preventiva do acusado devido à gravidade e circunstâncias do crime.
O Crime e a Acusação
O crime ocorreu no dia 1º de dezembro, em frente ao Condomínio Real Garden, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. Segundo familiares da vítima, a discussão teria começado por uma cobrança de R$ 7, valor referente a uma corrida de aplicativo. Contudo, a defesa do policial nega essa versão.
De acordo com a decisão judicial, o policial teria agido de
forma premeditada e fria. Em trecho da sentença, destaca-se:
"Venilson recuou dois passos, criou uma distância segura entre ele e a
vítima, sacou uma arma e disparou contra o peito de Thiago, que, ao perceber a
gravidade, ergueu os braços em rendição."
Após o disparo, o policial teria guardado a arma, observado a vítima agonizando no chão e entrado em sua residência sem prestar socorro.
Decisão Judicial e Prisão Preventiva
A Justiça classificou o crime como motivado por "motivo fútil" e destacou a "frieza e desproporcionalidade" da ação de Venilson. Além disso, a decisão mencionou que o comportamento do acusado demonstra desprezo pela vida humana e um risco de reincidência caso ele fosse solto.
Outro ponto importante citado foi o uso de imagens gravadas no local, que evidenciaram que Thiago não representava qualquer ameaça ao policial, descartando a alegação de legítima defesa.
A manutenção da prisão preventiva visa proteger testemunhas de possíveis coações e garantir a integridade da apuração dos fatos.
Situação Administrativa do Policial
No âmbito administrativo, a Corregedoria Geral da Polícia Militar de Pernambuco instaurou um Conselho de Disciplina para analisar o caso, mas ainda não há previsão para a conclusão do processo.
Venilson encontra-se preso no Centro de Reeducação da Polícia Militar, em Abreu e Lima, e foi afastado de suas funções por 120 dias. A ordem de afastamento foi assinada pelo secretário estadual de Defesa Social, Alessandro de Carvalho, e publicada no Boletim Geral da SDS em 4 de dezembro, três dias após o crime.
Repercussão e Andamento do Caso
O inquérito policial que investigou o homicídio foi concluído e encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que formalizou a denúncia contra Venilson. A prisão preventiva do acusado e o andamento do processo judicial refletem a gravidade do caso, que gerou grande repercussão e indignação pela desproporção entre a motivação e a violência empregada.
O caso segue sendo acompanhado, com a expectativa de uma resposta judicial definitiva nos próximos meses.