As barragens de Jucazinho e Brejão, localizadas nos municípios de Surubim e Sairé, respectivamente, entraram em situação de pré-colapso devido à escassez de chuvas no Agreste de Pernambuco. Para evitar o colapso completo do sistema, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) deu início a ações emergenciais que envolvem a captação da reserva técnica dos dois mananciais, a fim de garantir o abastecimento de cidades afetadas, como Bezerros.
Jucazinho inicia fase de testes com nova estrutura de captação
Na barragem de Jucazinho, que atualmente opera com apenas 3,42% de sua capacidade total (204 milhões de m³), a Compesa concluiu a instalação de dois flutuantes e uma nova tomada de água ancorada no paredão da barragem. A operação entrou em fase de testes nesta quarta-feira (30) e a expectativa é que volte a fornecer entre 90 e 100 litros por segundo, restabelecendo parcialmente o abastecimento de Bezerros.
Brejão seguirá com estrutura semelhante ainda esta semana
A mesma solução emergencial será aplicada na Barragem de Brejão, que possui capacidade para 1,6 milhão de m³ e está com apenas 2,6% do volume armazenado. A Compesa prevê a instalação de motobombas, geradores e uma balsa flutuante, que deverá estar em operação já na próxima sexta-feira (2). No entanto, a vazão esperada será bem inferior à média histórica do sistema, o que não deve ser suficiente para normalizar o abastecimento imediato.
Abastecimento em Bezerros segue restrito; rodízio e caminhões-pipa são usados
Atualmente, o município de Bezerros está recebendo apenas 30 litros de água por segundo, provenientes da Barragem de Boa Vista (15 L/s) e da ainda ativa Brejão (15 L/s). Esse volume atende apenas a área central da cidade, enquanto o restante do município permanece com o fornecimento suspenso.
A expectativa é que, com a conclusão das obras emergenciais, o fornecimento volte em sistema de rodízio. Enquanto isso, 15 caminhões-pipa estão sendo utilizados para suprir os serviços essenciais como hospitais e escolas.
Adutoras do Agreste e de Serro Azul são alternativas estruturadoras em andamento
Além das ações emergenciais, a Compesa está investindo em obras estruturadoras para garantir segurança hídrica a longo prazo em Bezerros e região. As duas principais frentes são:
Cenário exige planejamento hídrico permanente
A situação das barragens de Jucazinho e Brejão evidencia a vulnerabilidade hídrica do Agreste pernambucano, fortemente dependente das chuvas e dos grandes reservatórios. A integração das adutoras será fundamental para estabilizar o abastecimento e minimizar os impactos de estiagens prolongadas, que têm se tornado cada vez mais frequentes e severas na região.