Entre 30 de novembro e 27 de dezembro, a Fundação Altino Ventura (FAV) registrou 90 vítimas que necessitaram de atendimento médico devido ao uso de armas de bolinhas, um brinquedo que tem se popularizado no Grande Recife. O balanço divulgado na sexta-feira (27) destaca o aumento expressivo dos feridos, além de reforçar os perigos associados ao uso dessa arma, especialmente quando disparada contra os olhos.
As vítimas atendidas chegaram com lesões graves nos olhos, como arranhões na córnea, inflamações, sangramentos e dor intensa. Dependendo da força do impacto, as lesões podem evoluir para danos permanentes na visão.
Riscos para a Saúde Ocular
De acordo com a Fundação Altino Ventura, as bolinhas de gel, ao atingirem os olhos, podem causar dano imediato e duração de dor, afetando a visão e provocando inflamações ou sangramentos internos. As lesões mais comuns incluem arranhões na córnea, que podem gerar complicações se não tratadas adequadamente. Em casos mais graves, o impacto pode levar a perda permanente de visão.
A preocupação é especialmente com o impacto nas crianças e adolescentes, que têm utilizado essas armas com maior frequência.
Medidas para Combater o Uso Indevido
Após o aumento de feridos, Olinda e Paulista tomaram medidas drásticas, decidindo proibir a comercialização e o uso das armas de bolinhas nas respectivas cidades. A proibição se baseia no alto risco de lesões graves causadas por esses brinquedos, que, embora aparentemente inofensivos, apresentam perigos reais para a saúde ocular dos cidadãos.
A Polícia Civil do Recife também intensificou a fiscalização e, em dezembro, divulgou que havia apreendido 3.510 armas de bolinhas de gel, marcando a maior apreensão já feita deste tipo de material. A apreensão reforça o compromisso das autoridades em conter a proliferação dessas armas, que vêm sendo utilizadas de maneira irresponsável.
Funcionamento e Composição das Armas de Bolinhas
As armas de bolinhas, também conhecidas como "gel blasters", funcionam disparando bolinhas de gel feitas de poliacrilato de sódio, um material que se expande várias vezes ao entrar em contato com a água. Esse mesmo material é comumente utilizado em fraldas descartáveis e na jardinagem. O impacto das bolinhas de gel pode ser mais forte do que aparenta, principalmente quando disparadas a curta distância.
Proposta de Lei para Proibir o Uso no Estado
Diante do crescente número de feridos e da popularização das gel blasters, o deputado estadual Romero Albuquerque apresentou, no início de dezembro, um Projeto de Lei à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), propondo a proibição da comercialização e uso dessas armas no estado. A medida visa proteger a saúde dos cidadãos, especialmente crianças e adolescentes, e evitar mais vítimas de lesões oculares.
O projeto já está em análise e, se aprovado, pode ajudar a reduzir o número de incidentes e proteger a segurança pública em todo o estado de Pernambuco.
Conclusão
O uso das armas de bolinhas tem gerado preocupação tanto entre as autoridades quanto entre a população. As lesões oculares causadas pelo disparo das bolinhas de gel são graves e podem levar a danos permanentes. Com a crescente popularidade desse brinquedo e o aumento do número de feridos, medidas rigorosas estão sendo tomadas para proibir seu uso e comercialização, buscando preservar a saúde e a segurança da população. O debate sobre a proibição das gel blasters continuará, com a expectativa de que novas leis possam ser implementadas para garantir um ambiente mais seguro para todos.