A demolição dos prédios-caixão do Conjunto Beira Mar, localizado no município de Paulista, Pernambuco, teve início nesta sexta-feira (7). A ação ocorre após anos de denúncias sobre a precariedade das estruturas e o risco iminente de desabamento.
No último dia 30 de janeiro, parte de um dos blocos condenados desmoronou, gerando pânico entre os moradores da região. O edifício D10, um dos 13 blocos interditados, foi o primeiro a ser demolido. O risco estrutural da construção já era motivo de preocupação, principalmente após a tragédia de 6 de julho de 2023, quando o bloco D7 desabou, deixando 14 mortos – entre as vítimas estavam quatro mulheres, três homens, quatro crianças e três adolescentes.
Demolição atende demanda antiga dos moradores
A remoção dos prédios-caixão sempre foi uma reivindicação da comunidade, que teme novas tragédias. Além das condições estruturais críticas, muitos edifícios apresentam rachaduras, infiltrações e danos na fundação, tornando-os inviáveis para habitação.
Para garantir que a demolição ocorra de maneira segura e organizada, a Defesa Civil de Paulista está acompanhando de perto os trabalhos, conduzidos por uma seguradora responsável pela operação. O processo resulta de um acordo entre a Caixa Econômica Federal, o Poder Judiciário, o Governo de Pernambuco, o Ministério Público Federal, a Procuradoria Geral de Justiça de Pernambuco e a Confederação Nacional das Seguradoras.
Segurança e impactos ambientais
A coordenadora da Defesa Civil de Paulista, Cíntia Silva, reforçou a importância do acompanhamento técnico durante a operação, garantindo que o procedimento ocorra sem riscos à população.
"Nosso objetivo é garantir que a demolição ocorra de maneira segura, preservando a integridade dos moradores do entorno e minimizando impactos ambientais", destacou Cíntia.
A previsão é que todos os blocos interditados sejam demolidos ao longo dos próximos meses, evitando novas tragédias e oferecendo mais segurança para os moradores da região.
Histórico de desabamentos e riscos estruturais
O Conjunto Beira Mar faz parte de um conjunto de prédios-caixão, um modelo construtivo amplamente utilizado no estado de Pernambuco, principalmente nos anos 1980 e 1990. No entanto, a falta de manutenção, a baixa qualidade dos materiais utilizados e o tempo de uso comprometeram gravemente a estrutura dessas edificações.
Os desabamentos recorrentes em Paulista e outras cidades pernambucanas acentuaram a pressão para que autoridades tomassem medidas efetivas, como a interdição e remoção definitiva dos prédios condenados.
Com o início da demolição, a expectativa dos moradores é que novas políticas habitacionais sejam adotadas para garantir moradia segura à população afetada.