O Brasil perdeu, neste sábado (29), um de seus grandes intelectuais, o escritor, advogado e professor Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) e do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele faleceu aos 85 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos, enquanto estava internado na Clínica Florença, no Recife.
A morte do pernambucano, natural de Nazaré da Mata, gerou grande comoção entre políticos, escritores e admiradores de sua obra e trajetória. Personalidades públicas lamentaram a perda e destacaram sua contribuição para a cultura, o direito e a administração pública.
Líderes políticos lamentam a perda
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), expressou sua tristeza e ressaltou o legado deixado pelo intelectual:
"Pernambuco amanheceu triste com a notícia do falecimento de Marcos Vilaça, escritor e intelectual pernambucano que engrandeceu o nome do nosso Estado. Seu legado literário seguirá permanente em Pernambuco e no Brasil. Aos seus amigos e familiares, o meu mais fraterno abraço."
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), também prestou homenagem:
"Lamento a perda de Marcos Vilaça, que nos deixou neste sábado. Ele foi uma figura importante para a cultura, além de membro imortal da ABL e ministro do TCU. Sua trajetória está firmada em Pernambuco. Presto a minha solidariedade aos familiares e amigos."
A vice-governadora Priscila Krause (PSDB) usou as redes sociais para lembrar a trajetória marcante de Vilaça:
"É com muita tristeza que recebi a notícia do falecimento de um dos grandes intelectuais do seu tempo, dono de uma das biografias mais completas e premiadas que conheci. Pernambuco agradece pelo grandioso legado!"
Ela também destacou algumas de suas obras mais notáveis:
"Para citar algumas das obras que o tornam verdadeiramente imortal, menciono ‘Nordeste: Secos & Molhados’ e ‘Recife Azul, Líquido do Céu’. Que Deus e Nossa Senhora confortem o coração de todos."
O senador Fernando Dueire (MDB) descreveu Vilaça como “um homem denso e brilhante”, destacando sua forte ligação com as raízes pernambucanas:
"Ocupou funções públicas de grande relevo sem nunca perder suas raízes fincadas em Nazaré da Mata. Agora, segue em direção a sua Maria do Carmo, companheira e parte importante de sua caminhada terrena, e do seu amado filho Marcantonio. Que possam se reencontrar na luz."
O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto (PSDB), relembrou a importância de Vilaça para a literatura nacional:
"Homem de grande sabedoria, Marcos Vinicios Vilaça teve carreira marcada pela vasta produção literária reconhecida nacional e internacionalmente. Nossos pêsames e solidariedade aos familiares e amigos."
Uma trajetória de dedicação à cultura e ao conhecimento
Marcos Vinicios Vilaça nasceu em 30 de junho de 1939, na cidade de Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), dedicou sua vida ao conhecimento, ao direito e à literatura.
Ocupava, desde 1985, a cadeira nº 26 da ABL, sucedendo o também pernambucano Mauro Mota. Foi presidente da academia em dois mandatos: de 2006 a 2007 e de 2010 a 2011. Além disso, teve uma importante atuação como ministro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU).
Dentre suas obras mais marcantes, destacam-se:
Família e despedida
Marcos Vinicios Vilaça deixa dois filhos: Rodrigo Otaviano e Taciana Mendonça. Seu filho mais velho, Marcantônio, faleceu no ano 2000. Sua esposa, Maria do Carmo Duarte Vilaça, também já havia falecido.
Seu velório está marcado para ocorrer no Cemitério Memorial Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes, neste sábado, às 16h. A missa de corpo presente será realizada no domingo (30), às 8h.
Vilaça optou pela cremação, com suas cinzas sendo lançadas na praia de Boa Viagem, local onde também foram depositadas as cinzas de sua esposa.
O legado de um imortal
O economista e escritor Jacques Ribemboim, membro da Academia Pernambucana de Letras, lembrou a influência de Vilaça:
"Marcos Vinicios Vilaça sempre me foi uma referência, um espírito exemplar. Representou-nos com maestria na Academia Brasileira de Letras, de onde foi presidente. Gostava de repetir: ‘Pernambuco não tem mania de grandeza, Pernambuco tem grandeza!’."
Com uma carreira marcada pelo compromisso com a cultura, a literatura e a administração pública, Vilaça deixa um legado inestimável. Pernambuco e o Brasil perdem um de seus maiores pensadores, mas sua obra e seu impacto seguirão vivos na memória da nação.