Fundada em 11 de junho de 1825 por decreto imperial de Dom Pedro I, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) nasceu com o nome de Corpo de Polícia de Pernambuco. Criada em um período de instabilidade, pouco depois da Confederação do Equador, a corporação foi inicialmente composta por 320 homens, divididos entre infantaria e cavalaria.
Sua primeira sede, localizada no Pátio do Paraíso, no Recife, serviu de base para uma trajetória que rapidamente se entrelaçou com os principais episódios históricos do estado.
Atuação em Conflitos: Da Revolução Praieira ao Combate ao Cangaço
A Revolução Praieira, em 1848, foi o primeiro grande teste da PMPE, quando atuou na repressão do movimento liberal que abalava o estado. Nas décadas seguintes, a corporação marcou presença em momentos decisivos, como na Guerra de Canudos (1896–1897), quando tropas pernambucanas foram enviadas para reforçar o combate ao movimento de Antônio Conselheiro.
Durante o período do cangaço, nas décadas de 1920 e 1930, as famosas volantes da PMPE travaram intensos confrontos com Lampião e seu bando, consolidando a imagem da instituição como símbolo de resistência no sertão nordestino.
Missões Humanitárias e Estratégicas
A PMPE também desempenhou um papel relevante durante a Segunda Guerra Mundial, garantindo a proteção de pontos estratégicos para as operações aliadas no Atlântico Sul. Em momentos de crise humanitária, como nas enchentes que devastaram o Recife em 1975, a corporação atuou no socorro às vítimas, mostrando sua vocação para além do combate ao crime.
Nova Constituição, Novos Rumos
Com a Constituição Federal de 1988, a PMPE passou a operar sob um novo marco jurídico, focado na proteção da cidadania e no fortalecimento das relações com a sociedade civil. Atualmente, a corporação se destaca pelo policiamento comunitário e pela presença em todos os 184 municípios de Pernambuco.
A instituição também cumpre missões de segurança durante grandes eventos culturais, como o Carnaval e o São João, e atua de maneira integrada no combate ao crime organizado.
Orgulho e Compromisso: Depoimento do Tenente Moraes
Para o Tenente Moraes, ajudante de ordens do Comandante-Geral da PMPE, Coronel Torres, a corporação é mais que uma instituição: é um símbolo de compromisso e presença constante na vida dos pernambucanos.
“Entrei na corporação com 17 anos. Hoje, é uma honra fazer parte de uma instituição que está prestes a completar dois séculos de história. A Polícia Militar de Pernambuco é imprescindível para a vida em sociedade”, afirma Moraes, que acumula 30 anos de serviço.
Segundo o tenente, vestir a farda é motivo de orgulho: “Onde há uma cidade pernambucana, há também um policial militar garantindo proteção”, enfatiza.
Desafios para o Futuro: Humanização e Modernização
O Tenente Moraes aponta que os principais desafios para a PMPE nos próximos anos incluem a modernização tecnológica, o cuidado com a saúde mental do efetivo, o aprimoramento da formação policial e a valorização dos profissionais.
“Cometemos erros, e devemos ser julgados por eles, mas também é necessário reconhecer nossos acertos. Nosso futuro precisa ser mais humano, mais próximo da comunidade. Precisamos ser vistos como aliados da sociedade, não como adversários”, conclui.
Uma História Viva e em Transformação
Às vésperas de completar 200 anos, a Polícia Militar de Pernambuco carrega a responsabilidade de honrar seu passado, enfrentar os desafios do presente e construir um futuro de ainda maior proximidade com a sociedade que jurou proteger.