Um sargento da Polícia Militar do Ceará, que também atua como médico-cirurgião e proprietário de garimpos na cidade de Salgueiro (PE), foi preso no dia 23 de abril de 2025, acusado de homicídio qualificado com ocultação de cadáver. A vítima, Reginaldo Gomes da Costa, era motorista de caminhão e trabalhava em um dos garimpos do acusado.

Reginaldo havia acionado o patrão na Justiça do Trabalho para cobrar direitos trabalhistas não pagos, o que teria motivado o crime, segundo a investigação da Polícia Civil.

Vítima desapareceu após audiência; esposa acionou a Justiça do Trabalho

De acordo com a Polícia Civil, Reginaldo desapareceu no dia 24 de julho de 2024, logo após participar de uma audiência trabalhista no município de Salgueiro. Testemunhas relataram que, ao sair da sessão, o patrão o abordou armado, forçou-o a entrar em seu carro, e desapareceu com ele.

Preocupada com o sumiço, a esposa da vítima procurou novamente a Justiça do Trabalho, que então acionou a Polícia Federal. Posteriormente, o caso foi repassado à Polícia Civil, que passou a conduzir as investigações.

Corpo carbonizado foi localizado no Ceará e identificado por DNA

Após mais de uma semana de buscas, no dia 2 de agosto de 2024, a polícia encontrou um corpo parcialmente carbonizado no município de Jardim, no Ceará. A identificação foi confirmada através de exame de DNA, utilizando amostras da filha da vítima.

Apesar do estado avançado de carbonização, as evidências reunidas foram suficientes para confirmar que se tratava de Reginaldo. Imagens de câmeras de segurança e relatos de testemunhas reforçaram a suspeita contra o sargento, apontando que ele agiu sozinho, sem o auxílio de cúmplices.

Prisão aconteceu durante plantão em Terra Nova (PE)

A operação de captura do acusado foi realizada no dia 23 de abril de 2025, pela equipe do Grupo de Operações Especiais (GOE). O sargento foi abordado na BR-499, nas proximidades de Salgueiro, enquanto estava de plantão na cidade de Terra Nova (PE).

Durante a abordagem, foi encontrada com ele uma espingarda calibre 12 sem registro, resultando em prisão em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Ao mesmo tempo, foi dado cumprimento ao mandado de prisão temporária pelo homicídio.

Acusado já respondia por outros processos

Durante o interrogatório, o sargento afirmou que estaria desarmado por determinação da Polícia Militar do Ceará, alegando ter entregado suas armas por conta de um inquérito administrativo em andamento.

Após a prisão, ele foi encaminhado ao Presídio Militar de Fortaleza, onde segue detido. As autoridades também revelaram que o sargento já respondia a outros processos judiciais, incluindo uma denúncia com base na Lei Maria da Penha.